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Conheça a potente história da produção de café no Brasil

A ligação do Brasil com o café pode ser considerada um verdadeiro patrimônio nacional. Presente no dia a dia de milhões de brasileiros, a bebida é extremamente apreciada pela população, que tem prazer em consumi-lo, seja a versão tradicional, sejam os novos cafés especiais que ganharam destaque nos últimos anos.

Contudo, a história do café no Brasil tem a sua origem ainda no período colonial. Que tal conhecer mais sobre como essa produção começou e conseguiu um lugar de destaque na economia nacional?

Origens

Apesar da chegada dos portugueses datar de 1500, o cultivo do café no Brasil começou apenas séculos depois. Naquela época, a produção e comercialização do café era controlada pelos árabes, que distribuíam o café por todo o mundo. Aos poucos, a planta chegou à América do Sul pelos colonizadores europeus, sendo que sua chegada no Brasil ocorreu por meio da fronteira norte do país com a Guiana.

Inclusive, é possível dizer que o café tem um “pai” no país. O sargento-mor do exército brasileiro, Francisco Melo Palheta, foi o responsável por trazer as primeiras mudas para o Brasil. Seguindo ordens do Império, as expedições militares da qual ele fazia parte visavam a busca do café, sobretudo quando se percebeu o potencial comercial que ele tinha. Dessa forma, os primeiros cultivos de café aconteceram no estado do Pará, em 1727.

O número de plantações no país aumentou consideravelmente nos anos seguintes, quando se percebeu que as condições climáticas favoreciam o desenvolvimento da cultura. Uma das regiões que se destacou nesse cultivo foi o estado do Rio de Janeiro, uma escolha estratégica já que era onde ficavam os portos mais importantes da colônia, facilitando o comércio dos grãos. 

Para explorar esse escoamento marítimo, a região sudeste tomou o protagonismo no cultivo da planta, com destaque para o sul de Minas Gerais e o Vale do Paraíba, que fica no leste do território paulista. Com o passar do tempo, as lavouras adentraram o estado de São Paulo, sendo que o cultivo também ganhou relevância na divisa com o Paraná e na região de Campinas.

A evolução da produção

A expansão do cultivo de café pelo país fez com que ele se tornasse um dos pilares do agronegócio e da economia brasileira. Na época, essa produção era comandada por barões e proprietários de terras, que exploravam o trabalho de pessoas escravizadas para o plantio e a colheita.

A partir de 1825, teve início o chamado Ciclo do Café, período no qual a cultura cafeeira obteve papel de protagonismo na economia nacional. Isso foi possível porque o Haiti, país caribenho que liderava as exportações de café na América, passava por um período de guerra civil. Portanto, o conflito acabou abrindo uma brecha para que o café brasileiro expandisse o seu mercado internacional, o que colaborou para o aumento da produção.

Os lucros gerados pela exportação do café foram responsáveis por financiar o desenvolvimento da infraestrutura do país. Foi durante esse período que surgiram várias cidades, sobretudo no norte paranaense, sul mineiro e no interior paulista. Para impulsionar ainda mais a produção, o governo criou políticas que visavam a manutenção da estrutura necessária para manter a produção. Isso incluiu a criação de ferrovias, que interligavam as cidades de maior produção até o porto de Santos, principal rota de saída do país.

Contudo, no início do século XX, o país foi atingido por uma crise nessa produção, influenciada por eventos como a Primeira Guerra Mundial e a Crise de 1929 nos EUA. O resultado foi a queda do preço do produto no mercado internacional, sendo que os estoques ficaram represados no Brasil. Foi preciso que o governo interviesse, adquirindo a maior parte das sacas para reduzir a oferta e aumentar a demanda.

Café no Brasil atual

Felizmente, quando a crise passou, a produção de café se reestruturou e voltou a ser uma das mais importantes do país. Hoje, o Brasil é responsável por cerca de 32% do volume exportado em todo o mundo, o que o coloca como o segundo maior e principal mercado consumidor de café, perdendo somente para os EUA.

Em 2023, a produção nacional registrou 55,1 milhões de sacas colhidas, o que representa um aumento de 8,2% em relação a 2022. Esse volume foi o terceiro maior da série histórica, evidenciando a recuperação da produção de café após um período marcado por mudanças climáticas.

Para o futuro, a expectativa dos produtores é continuar reinventando o setor. Os produtores estão de olho em novas tendências mundiais, como o mercado de cafés especiais e o consumo de cápsulas de café, que estão aquecidos e são ótimas oportunidades para crescimento.

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