Já percebeu, nos filmes de época, que homens usavam saias? Culturalmente, elas eram reconhecidas somente como parte de trajes masculinos escoceses.
No entanto, na contemporaneidade, graças à diversidade e à inclusão, as minissaias, saias longas, plissadas, lápis e outras variações coexistem e fazem parte do guarda-roupa unissex. A história delas é, portanto, um testemunho da evolução da moda, que reflete tanto as tendências estéticas quanto às mudanças sociais ao longo dos tempos.
Portanto, tê-la como uma peça para todos os gêneros, tornou-se um reflexo mais amplo das mudanças sociais e culturais em curso, em que a expressão pessoal é valorizada acima das restrições de gênero, criando um espaço mais inclusivo e diversificado na moda, no qual todos são encorajados a explorar e abraçar seu estilo único.
Saias: será que sempre pertenceram à moda feminina?
Originárias de culturas antigas, as saias atravessaram épocas e fronteiras, desempenhando papéis diversos que vão além de sua função prática. No mundo antigo, tanto homens quanto mulheres utilizavam variações de saias como peças fundamentais de vestuário. Os gregos e romanos incorporaram túnicas e togas, enquanto no Extremo Oriente, quimonos e outras vestimentas similares eram comuns.
No entanto, essa peça foi ganhar destaque no guarda-roupa feminino durante a Idade Média na Europa. As crinolinas, usadas a partir do século XV, eram saias volumosas que conferiam uma forma característica aos vestidos. Nos séculos seguintes, a silhueta evoluiu para a anquinha no século XVIII, tendo uma armação de aço usada para dar volume às saias.
Contudo, foi no século XIX que uma mudança dramática aconteceu na vestimenta, moldando a moda vitoriana ao incorporar o uso do espartilho. Cem anos depois, os modelos longos foram eventualmente substituídos pelos mais curtos durante o movimento sufragista, simbolizando a libertação feminina.
A década de 1920 testemunhou uma revolução na moda com as saias se encurtando ainda mais, refletindo o espírito de libertação da era pós-Primeira Guerra Mundial. Durante as décadas seguintes, elas variaram em comprimento e forma, desde os anos 1950, com saias rodadas, até os anos 1960, com a ascensão das minissaias. Mas, se a pergunta é se essas peças são originalmente femininas, vimos que a resposta é: não!
Como a saia redefiniu a moda além dos gêneros?
Transformar a saia em uma peça-chave para todos os gêneros é um reflexo da evolução dos padrões de moda e da quebra de estereótipos na sociedade contemporânea. Mesmo sendo uma peça unissex desde tempos remotos, ao longo das décadas, ela foi perdendo essa ambiguidade. Porém, com a mudança significativa na percepção fashion, a individualidade e a expressão pessoal ganhou destaque, opondo-se às restrições tradicionais de gênero.
Desconstrução de vestimentas femininas ou masculinas
À medida que as normas de gênero começaram a ser desconstruídas, a moda passou por um processo semelhante. Reconhecidos designers e marcas desafiaram as fronteiras tradicionais entre roupas masculinas e femininas, reconhecendo que a expressão de gênero é fluida e única para cada indivíduo.
Influência da moda unissex
A ascensão da roupa unissex desempenhou papel crucial nessa mudança. Grandes estilistas passaram a criar peças que transcendem as categorias de gênero, permitindo que qualquer pessoa escolha os trajes baseados em seu estilo pessoal, em vez de normas predefinidas.
Aceitação da diversidade
A sociedade tornou-se mais aberta à diversidade, reconhecendo que a vestimenta é uma forma de expressar a identidade. A saia, uma peça historicamente associada à feminilidade por um determinado período, foi ressignificada como uma escolha de moda pessoal, independente do sexo.
Celebridades e influenciadores
Celebridades e influenciadores também tiveram grande influência para que a saia fosse vista como peça unissex. Muitas personalidades públicas inseriram o traje ao look, assim, contribuindo para a normalização da ideia de que qualquer pessoa pode usar o que se sente confortável, incluindo saias.